segunda-feira, 4 de maio de 2009

Romper o dia, romper uma época

A expansão do sistema capitalista, segundo uma ideologia neoliberal, tem como consequências várias transformações na humanidade. Hoje o indivíduo jogado no mercado de trabalho é apenas um lance, aposta, que dará lucros ou não ao seu empregador. Quem rende mais e engorda os bolsos dos patrões fica, quem não corresponde às altas expectativas é descartado. Individualismo, poder e dinheiro.

Questionamos, no entanto, os resultados deste tipo de sociedade. Não resolveu as desigualdades, pelo contrário, aguçou. "Acredito que a desilusão social generalizada sobre a política em nosso tempo seja parte de um processo maior que envolve a coroação da mentalidade consumista, esvaziando as ideologias coletivas de redenção da sociedade, como é o caso dos socialismos. Trata-se de um dos aspectos fundamentais daquilo a que denominamos como Pós-modernidade: as pessoas foram perdendo seus referenciais coletivos e passaram a cultivar o individualismo extremado." - afirmou o professor de história Nei Nordin, do colégio Dom João Becker.


A situação no meio público vem piorando ao longo dos anos, sendo dentre todos os setores a educação um dos mais prejudicados. Justo este que deveria ser a saída para muitos dos problemas de hoje em dia, é encarado com negligência. É martelando nisso que nos últimos anos o movimento estudantil vem se intensificando. "A participação da juventude sempre é válida, embora a maioria creia que não há sentido em integrar movimentos políticos. Pode-se assim cultivar uma formação e consciência política que há muito se deteriora. É preciso lembrar que no Brasil são poucos os partidos ou agremiações que investem realmente na formação política dos jovens." disse ainda Nei.


Precisamos superar muitos aspectos da modernidade. Os seres humanos criam suas instituições e sua cultura, portanto está em nossas mãos reconstruir e, por quê não, criar uma nova realidade diferente desta que com certeza não é a ideal para a sociedade. O Romper o Dia! vem pra isso, com seus pilares naqueles que tiveram atuação fundamental nas conquistas até aqui: nós, os estudantes.


Fontes:
Revista eletrônica de Ciências Sociais – 09/2004
Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte - 11/2007

terça-feira, 7 de abril de 2009

Eles estão de volta!

Quem esteve nas ruas do centro da Capital no dia 26 de março foi devidamente apresentado ao movimento fundamentalmente estudantil Romper o Dia!. Bem verdade é que ele já existe em vários estados do Brasil, porém acaba de nascer no Rio Grande do Sul, que não poderia ficar de fora dessa luta.

O nome Caras Pintadas lembra irreverência, atitude, inovação, indignação. Muito do que nos falta hoje em dia, não? Pois essa geração está chegando pra nos lembrar que nós todos podemos, sim, mudar as coisas. Mudar o que precisa ser mudado, pressionar quem nos pressiona todo dia fazendo o mau uso do poder que lhe foi concedido. A maioria elegeu quem tem o canetaço hoje, e é a maioria que vai cobrar as medidas para o bem comum.

Baderneiros, modistas, rebeldes sem causa? Não.

São os CARAS PINTADAS que ESTÃO DE VOLTA!

http://www.caraspintadasrs.blogspot.com/

Cobertura do ato na próxima edição impressa do Jornal Repasso.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Get up, stand up! Stand up for your rights!

Tu, tu mesmo: está tudo bem contigo, tua vida?

Dificilmente deixo de lado as questões humanas, em meus textos. Este de certa forma é com intuito coletivo, abrangente, porém nada tem a ver com o famoso espírito de natalino. Não montei um belo pinheiro.

Falar das relações, quaisquer que sejam, mesmo que seja num blog informal (como o meu), implica certa base. Nunca peguei nada do tipo para estudar com afinco, e não me orgulho disso. Talvez um dia o faça. Sobre gramática, conto com um ensino médio, e é com ele que me defendo.

Pois bem. Perguntei sobre tua vida a fim de fazer-te olhar pra fora dela. Se estás triste, feliz, preocupado... Não é o ponto. A questão é: tua tristeza não te parece egoísmo,ou seja, fica apenas querendo sair dela; quer apenas ajuda pra se livrar dela? Tua alegria, não te fecha pros problemas que te envolvem porém estão um pouco mais longe de ti? Tua preocupação com algo no campo econômico, não te torna distraído perante coisas que talvez tenham - quase sempre têm - mais importância?

Pequena idéia ou grande confusão, por quê não expor?

Esta noite o que me trouxe aqui foi o programa Converesas Cruzadas, da TVcom. Falaram sobre os governos de Yeda e Lula, então me vieram à cabeça os protestos em que fui, as discussões em que me meti. Estava eu certa? Errada? Eu sabia do que falava? Completamente nunca terei a resposta. Posso ter certeza do valor de uma causa, mas será ela a melhor para todos? Para tudo?

É aí que, depois de seis parágrafos, quis chegar. Quando falei sobre nossos sentimentos e sobre as consequências de cada estado (tristeza, alegria, bláblá), quis dizer que normalmente vemos o problema em nós. Está tudo em nós. Tudo vem contra nós. Argh...

Será que (sim, mais um questinamento), com soluções engatilhadas para problemas coletivos, não NOS melhoraríamos? Algum efeito surgiria em nós, pois até onde sei somos o coletivo. Soluções abrangentes são justamente abrangentes.

Vi os debatedores do programa apresentarem dados que comprovariam sua tese, pró ou contra os governadores. Claro, muita coisa não entendi daquilo, só que por mais alheia que aquela linguagem técnica me pudesse parecer, sei que aquelas pessoas estão envolvidas nesse processo; estão com algum dedo na massa, e eu assistindo o programa por mais verde que seja, de algum jeito sei do que eles estão falando.

Se nos envolvêssemos um pouco - bem - mais, quiséssemos saber o que está acontecendo, como está ocorrendo e principalmente o que nós, ostentadores da maior festa da Terra - "...na Sapuucaíí!" - podemos fazer pra mover algo do lugar, nada estaria tão grave quanto cada situação está hoje em dia.

Perguntei sobre tua vida. E a NOSSA? Teu carro garante a alegria de quantas pessoas? Tenho certeza de que todas elas terão vínculo contigo. Não terão se trabalhares numa transportadora, revenda; fores taxista. Quero a igualdade, não quero tirar teu carro. Entenda que todos têm o direito de viver bem, e sinto que o dever de lutar por isso.

Nathália Bittencurt

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

... (Texto do Blog do Pretinho)

Ou na escola. Ou em qualquer computador que bloqueia o Emule, Kazaa (alguém usa ainda?) ou qualquer programa de BitTorrent. É uma sequência de detalhes que podem te fazer baixar, de modo geral, qualquer mp3 sem precisar instalar programa nenhum, isando apenas a internet. Vem comigo.

1. Sempre que eu quero baixar uma mp3 no trabalho a primeira coisa que eu faço é escrever no google "o nome do disco que eu quero" + "serviço de armazenamento (rapidshare, megaupload) que eu tenho acesso". Muitas vezes o Megaupload fica ocupado no horário de trabalho - a não ser que você seja o Mr. Pi. O Rapidshare é um dos melhores sites de download, mas muitas empresas bloqueiam o acesso. Mediafire é o meu site preferido pra downloads - é limpo, sem propagandas chatas, sem tempo de espera e o download é rápido.

Então vamos praticar: se eu quero o novo dos Beastie Boys, por exemplo, escrevo assim no Google: "The Mix-Up" mediafire. Lembrem das aspas no nome do disco.

Logo no primeiro resultado da busca já consta um link (http://www.mediafire.com/?5mdxd9o4t1m).Você nem precisa clicar no link, apenas copie o link e cole em uma nova janela do navegador. Daí é só clicar em "Click here to start the download" e ser feliz. Baixem esse disco que é muito bom.



2. Mas alguns discos são difíceis de achar. O Google não acha, e quando acha os links não funcionam. Então é hora de tentar o site mais acessado do Brasil: ele mesmo, o Orkut. Se o Orkut for bloqueado no seu computador, acesse o PowerScrap - é só se cadastrar que o site permite o acesso. No Orkut acesse a comunidade "Discografias" - ou qualquer outra comunidade com downloads, discos ou mp3 no nome. O sistema de busca de tópicos facilitou muito a vida pra achar aquele disco raro. Normalmente os links levam pro Megaupload ou Rapidshare. O que nos leva ao próximo item.



3. Não existe nada que possa ser feito que não esteja na internet. Se você escrever "Como burlar o Megaupload" ou "como burlar o rapidshare" no Google vai obter dezenas de resultados que ajudam a driblar os bloqueios, o tempo de espera ou até mesmo as contas premium dos serviços. São muitas dicas, mas lembre-se de verificar a data do resultado: muitas dicas não funcionam mais, outras podem trazer vírus pro seu pc. Cuidado na hora de instalar programinhas.



4. Pra quem usa Firefox (ou, como eu, o Flock) recomendo a extensão Megaupload SX.3.2. Pra quem usa login pra acessar a internet, basta desconectar e conectar de novo pra trocar seu IP e o Rapidshare vai achar que é seu primeiro download. O Rapidshare virou o meu melhor amigo depois que eu descobri isso.



5. Um bom lugar pra procurar coisas é o 4Shared. Algumas coisas raras só encontrei lá, como o Pau Brasil cantando Massagem.



6. Se você não sabe nem por onde começar, não lembra o nome de nenhum disco pra baixar agora e quer algumas dicas, recomendo alguns blogs com mp3: Mapa da Música, Nau Pyrata e Loronix, este último um deleite pra quem gosta de música brasileira antiga.


Estamos diante da maior biblioteca cultural que a humanidade já teve acesso. Aproveite.











Texto de Marcos Piangers, divulgado por Luciano Potter, e copiado/colado aqui diretamente do fantástico Blog do Pretinho.


domingo, 7 de dezembro de 2008

Acabou.

Acabou o campeonato. Pra que não me chamem de parcial de novo, dessa vez dividirei o post proporcionalmente ao tamanho da torcida de cada clube.

Inter: Parabéns pelo honradíssimo resultado contra o Figueirense, que ilustra a gloriosa campanha de 2008. Aliás, qual foi o resultado mesmo?


Grêmio: Cara, não deu. Não deu pro Grêmio. O São Paulo deu, o Grêmio não. Mesmo com a bela vitória - fruto de uma atuação apática de Tcheco e Souza e formidável de Felipe - o Tricolor não levou a taça. Aliás, nem poderia: aos mais desavisados, vale lembrar que o troféu de Campeão Brasileiro de 2008 já estava no Bezerrão (local em que foi disputado o jogo entre Goiás e São Paulo) antes mesmo do final do jogo. Mas é claro que, assim como a imprensa esportiva, a CBF também é imparcial e só começou a transportar a taça de sua sede, no Rio de Janeiro, para Brasília quando já não havia mais nenhuma possibilidade do resultado mudar. Ou seja, ela só começou o processo de locomoção - que tem um trajeto de milhares e milhares de kilômetros Brasil a dentro - uns 5 minutos antes do final do jogo, terminando ele uns 4 minutos antes do apito do árbitro. Claro, afinal a CBF é totalmente digna e imparcial, tal qual a imprensa esportiva. Ou talvez o São Paulo, um clube realmente bem estruturado e ético, tenha fornecido seus helicópteros que, só por serem de um clube desenvolvido, fazem o trajeto Rio-Brasília em 1 minuto. Deve ter sido isso. Claro que foi isso, afinal, tanto o São Paulo quanto a CBF quanto a imprensa são absolutamente imparciais e éticos.
Mas voltando ao Grêmio. Não deu, cara. Não deu. Foi um grande jogo, daquele tipo que só time grande conhece: começo dúbio, clima tenso, correria, coração no bico da chuteira, ambos os times jogando futebol, um jogador que entra no segundo tempo pra decidir (belo jogo, Felipe). 2 a 0. Lembrou-me do caipira Lee Hendrie, um dos maiores jogadores de futebol (quem entende do assunto sabe quem é) de todos os tempos, que sempre dizia que "Os únicos jogos de futebol dignos de serem assistidos são os que terminam em 2 a 0, ou os que a torcida apóia mesmo quando o objetivo não foi atingido". Grêmio e Atlético-MG foi os dois ao mesmo tempo: 2 a 0, sem título, e a torcida - apaixonada - aplaudindo a equipe, reconhecendo a boa campanha... demonstrando que ama o clube, não o ouro que o clube por ventura ganha. As únicas torcidas capazes disso no Brasil são a do Grêmio e a do Corinthians. Não por coincidência, os dois times cujo mascote é um mosqueteiro, personagem sempre lembrado por sua fidelidade e honra. Algo que está acima da compreensão da nossa imprensa vermel... ops, digo "imparcial".
Mas valeu Grêmio. Parabéns sinceros! Fizeste tua parte, Imortal. Ganhaste teu jogo, teria sido campeão se não dependesses do jogo em Brasília. Ah, se não dependesses do jogo em Brasília... ah, se não dependesses de um jogo apitado por um juiz da segunda divisão da Bahia (escolhido em cima da hora, ainda)... ah, se não dependesses do jogo no qual, mesmo antes de ter acabado, já havia chegado a taça mais veloz do continente... ah, se não dependesses de um jogo ganho com um gol impedido, no rebote de uma falta inexistente... ah, se não dependesses do jogo no qual o Goiás teve furtado, seqüestrado, vilipendiado, surrupiado, o direito de jogar em sua cidade... ah, se não dependesses de um dos dois jogos nesse campeonato que o Goiás teve que jogar FORA DE CASA contra o São Paulo... ah, se não dependesses de um jogo tão imparcial quanto esse.
Enfim... parabéns Grêmio! Vencestes tudo o que é possível vencer, só não vencestes a imparcialidade dos que mandam no futebol desse país. Só não vencestes a digna CBF. Só não vencestes o campeão... aliás, até o campeão tu vencestes, Imortal Tricolor! E vencestes duas vezes! Em campo, fostes o melhor. Nos bastidores, esse estranho e obscuro reino da imparcialidade, perdestes. Perdestes, e ainda vai perder mais nos próximos dias. Quer dizer, não vais perder, mas vais ver teus rivais, malandros, chegando sorrateiramente no mesmo lugar que tu. Mas isso já é história pra outros textos, que serão escritos por pessoas realmente imparciais. Porque este que agora escreve jamais voltará a escrever, falar ou sequer acompanhar a piada que é o futebol brasileiro, dos senhores Ricardo Teixeira, Milton Neves e Pedro Ernesto Denardin, as pessoas mais dignas e imparciais desse mundo.
Fica aqui uma homenagem a ti, Grêmio, eterno Imortal, único representante legítimo do nosso estado, dentre os dois que disputarão a Libertadores 2009. Uma homenagem com a música do maior dos músicos - também ele gremista:

sábado, 6 de dezembro de 2008

InjustiçaS?

Injustiças. Recebi link de tal postagem como o habitual, por nosso produtor esportivo Tiago Ceccon. Tranquilamente começei a ler seu texto, muito bem escrito como sempre, até que senti necessidade em vir aqui e comentar.

Bem visto é que meu amigo/produtor/mestre Tiago ficou a par da opinião de boa parte da imprensa gaúcha, e tenho absoluta certeza de que dentre ela estava o jornalista Luciano Lopes, nosso Potter, pois bem lembro de quando escutei o programa Pretinho Básico ao falarem da ação da Brigada, entrevistarem uma das autoridades principais, contarem o ocorrido, citarem os "99,9%" e blábláblá. Realmente, achei uma atitude exagerada, como tantas que já houveram em ambos os lados: Brigada, alguns colorados, alguns gremistas - pois, generalizar chamando uma torcida inteira de vândala é a maior das injustiças. É, houve naquela noite na Goethe, certamente, alguma briga ou extremidade causada por alguns colorados, assim como já houveram tantas, como por parte de alguns gremistas o ato de incendiar banheiros químicos dentro do estádio do rival.

Sonho em ser jornalista esportiva. Sou colorada. Converso frequentemente com nosso produtor Tiago. Nunca foi escondido por sua parte seu asco pela imprensa gaúcha, salvo alguns nomes como Guerrinha. Assim como nunca foi escondida sua simpatia pelo Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, já que é torcedor corinthiano. Sabemos, também, que o referido Pedro Ernesto tem tendências coloradas. Mas este último, pelo menos por mim, nunca foi visto/ouvido generalizando algo/alguém/qualquer torcida. Admito não ser fã de seu trabalho, mas tenho aqui que saber separar antipatia de razão. "Não gosto da parcialidade do jornalismo gaúcho", palavras de Tiago Ceccon. Ora, Tiago, a imparciabilidade é defendida até de baixo d'água por todos os jornalistas e envolvidos, mas bem sabemos que não há como não dar tom às nossas cores, nossas criações, nossa identidade, e consequentemente, à nossa legítima opinião. Claramente vi sua parciabilidade (birra) ao citar Pedro Ernesto, ao falar de nossa imprensa. Errado? Não. Óbvio que não. Só, que, mostras tua intenção de ser imparcial. E nisso te digo: não conseguistes.

Repito: Sou colorada. Venho aqui dizer o que acho que devo dizer. Não falo como a apaixonadinha pelo clube mortal, não falo como quem quer cornetear alguém, falo como quem quer deixar as coisas claras. Falastes, - Alexandres, (alguém houve o PB?) - Tiago, como quem quer colocar os pingos nos i's, denunciar a parciabilidade perante ao que lês/escutas/assistes. E eu agora lhe digo: colocastes os pingos apenas nos teus i's, fazendo o mesmo que quem lês/escutas/assistes.

Nathália Bittencurt. 304/2008.